Eu sempre gostei muito de animais, tive bichinhos e há muitos anos ajudo uma ONG como madrinha... porém, no último ano (2019) conheci a ONG Humanimal através do programa Tampinha Legal e quando fui aprender mais sobre a ONG perguntei sobre a possibilidade de ser voluntária. E então começou para mim uma trajetória, ainda que recente, mas infinitamente transformadora. Na palestra de voluntários, teve uma frase dita pela fundadora Sueli que mudou muito a minha vida, em que ela dizia "O mal não tem vergonha de se espalhar... e a pessoa que faz o mal ou se ausenta de fazer o bem nunca acha que é pouco. Tem gente que evita ajudar e ser voluntário porque acha que vai fazer "só um pouco"... mas se cada um fizer o que pode, muitas ações menores são transformadas em gigantes". Isso ficou na minha cabeça porque eu sempre achei que faria "pouco" devido à disponibilidade de teria - e tenho - de tempo. E essa era apenas uma das inseguranças que eu tinha: outra era saber que já haviam vários voluntários que vi ali como heróis, fazendo tantas coisas e eu pensando "nossa, mas estou me inscrevendo para ser voluntária apenas na parte de redes sociais... será que as pessoas vão receber bem os novos? elas tem muita experiência e eu não..."; outra ainda era também pensar no cliché de "não sei se eu vou dar conta de realmente fazer alguma diferença, se vou saber fazer tudo que precisa ser feito"... Eu saí da reunião com várias tampinhas para fazer a separação por cor e inscrita para ajudar na área de redes sociais somente porque era o que eu achei que conseguiria fazer. Nas semanas seguintes, a vida com a ONG me ensinou muitas coisas. Vou dar três exemplos: - Todas as pessoas que ali estão, parecidas ou não, estão lá com o mesmo propósito de fazer o bem para os cachorrinhos e por amor àqueles peludinhos. As pessoas se dedicam, elas se doam e elas são dispostas a ajudar quem está com vontade de fazer parte porque, de colegas, viramos amigos, viramos parceiros, viramos família.  Eu não sabia nada sobre fazer posts e redes sociais: mas teve uma voluntária que, pacientemente, fez reuniões comigo no skype para me ensinar a mexer nos programas plena sexta feira a noite para que eu pudesse ajudar e ser parte do time; Eu não tinha experiência de como limpar orelhinhas de cães grandes sem que eles quisessem comer o algodão, e outras voluntárias pacientes, me ensinaram, e muitos outros exemplos, mas vou tentar não me alongar muito rsrsrs; - A vida de ONGs não é fácil. Não é apenas boa vontade de ajudar: precisa de muito comprometimento, muito foco, muita estabilidade, muita organização, muita sabedoria e muita habilidade para lidar com as dificuldades financeiras, políticas, de relacionamentos, de estabilidade emocional, de manutenções... A verdade é que, tentar ajudar sendo uma mínima parte desse grandioso ato de amor, é uma honra e um privilégio porque a gente aprende a admirar seres humanos muito especiais. Existe muita gente boa no mundo. Existe sim como usar o nosso amor para ajudar nesse ciclo que precisa ser alimentado com todo o carinho que pudermos dar. Porque esse carinho volta em amor. A gente fornece tempo e ganha em amizade e lambidas... e por último: - A ONG precisa muito de nós e o nosso coração fica muito sensível a isso quando conhecemos as histórias dos cachorros, dos voluntários, e a trajetória da ONG. Todos que ajudam lá tem muitos problemas e não tem uma vida dedicada apenas a ONG: estudam, trabalham, tem família com seus problemas, amigos, seus próprios doguinhos com problemas... mas elas se doam. Elas se comprometem, elas se dedicam e elas dão suporte uma à outra em cada fase de maior ou menor disponibilidade. Semanas depois de dizer que eu só faria parte das redes sociais, eu estava ajudando no bingo, estava no abrigo nas atividades de limpeza, estava fazendo marmitas das doguinhas que precisam comer comida mesmo, apadrinhamento e estava divulgando a campanha do Tampinha Legal em todos os meus grupos de convívio. E o mais interessante é que ninguém da ONG pediu isso: é por afinidade, é por envolvimento, é por cada olhar de cada doguinho que depende de cada um que ajuda como pode, é por cada lambida no patê que mostra muita gratidão, é por cada doguinho se recuperando com nossa ajuda, é porque o coração derrete e fica quentinho cada vez que a gente sente que pode sim fazer alguma diferença na vida desses anjinhos que fazem do mundo um lugar de muito mais amor e muito mais puro. Hoje, a ONG é parte de mim: os mais de 40 dogs são meus filhinhos também, os voluntários são pessoas que eu admiro muito e alguns são amigos que a ONG me presenteou, as atividades se incorporaram na minha rotina da forma possível porque é muito, muito bom poder ser parte dessas ações de tanto amor!